quinta-feira, 14 de abril de 2016

Oh! Rebuceteio 30 Anos Depois: Encontrando Letícia


Eu nunca desisti de encontrar Letícia. Para quem não sabe, Letícia é a personagem principal do filme Oh! Rebuceteio, de 1984, dirigido por Cláudio Cunha (1946-2015). Desde que assisti pela primeira vez esse clássico do cinema nacional, no início dos anos 2000, busco informações sobre a bela mulher que interpretou a personagem principal.

Para quem não viu, Oh! Rebuceteio é um clássico da pornochanchada. Muitos títulos da época recebiam essa alcunha (sempre pejorativa) sem serem, de fato, de sexo explícito. Este, não. Pornochanchada é uma nomeação com mérito! Ele é pornô mesmo e tem um apelo ao “pastelão” ou a tal chanchada. Entretanto, é muito mais que isso.

A sinopse é basicamente uma sátira ao teatro brasileiro. O roteiro, assinado por Cláudio Cunha e Mário Vaz Filho, é bem amarrado e abusa dos estereótipos. Tem a jovem ingênua e aspirante a atriz (já citada Letícia); a mãe esperançosa dessa atriz; o diretor verborrágico e experimental; o assistente homossexual; o ator que quer fama a qualquer preço; o produtor executivo que só busca o retorno financeiro. Eles contribuem para que o enredo seja conduzido de uma forma muito debochada, repleta de falas com altas doses de sagacidade e ironia. O que seria um desastre para qualquer história, nessa faz todo sentido. A intenção é gozar (alerta de duplo sentido) da pretensão da classe artística.

As cenas de sexo explícito não são gratuitas. A maioria está atrelada a um happening proposto pelo diretor Nenê (interpretado pelo próprio Cláudio Cunha), que busca uma tal de metapraxis, algo como a espontaneidade dos atores, com o objetivo de que a peça seja bem sucedida em seu conceito. A interpretação e a trilha sonora original, composta por Zé Rodrix e Miguel Paiva, são outros trunfos que merecem a atenção do telespectador. Por isso, não é exagero afirmar que Oh! Rebuceteio está entre os melhores filmes do gênero em todos os tempos, ao lado de Garganta Profunda (1972), O Diabo na Carne de Miss Jones (1973) e Calígula (1979).

A cena mais emblemática foge do cenário palco do teatro, onde transcorre a maioria da trama. Letícia vai a um estúdio para realizar ensaio fotográfico e (tome mais um clichê aí) transa com o fotógrafo. A iluminação, maquiagem, enquadramentos, música (cantada por Zé Rodrix e citando o nome da personagem) e interpretação são memoráveis, de profundidade e beleza raríssimas em qualquer tipo cinematográfico.


Esse é o motivo da minha busca. Saber o que passou na cabeça daquela mulher que, segundo o cartaz, se chama Eleni Bandettini. Entender por que ela topou estrelar Oh! Rebuceteio. Seria ela ingênua e sonhadora como sua personagem? Teria acreditado também em todo aquele discurso presunçoso? São interrogações que não encontro respostas e acabam fortalecendo a relevância do filme, pois transformam Letícia em um objeto real. Alguém que se equilibrou entre a arte e a realidade.

Ela poderia esclarecer tudo. Mas Letícia sumiu. As pesquisas em fóruns, sites de cinema e em Googles da vida não davam certeza de seu nome verdadeiro, quanto mais de seu paradeiro. Sequer se está viva ou morta. No Yahoo Respostas a questão está no ar desde 2007. “Quem sabe me dizer quem foi Eleni Bandettini?”. Ninguém sabe. A possibilidade dela só ter feito um filme, se arrependido e não ter deixado rastro era real.

Até que a encontrei. Não pelo seu nome, óbvio. Não vou contar como se deu. Mas tentei trocar algumas mensagens com ela e não obtive sucesso.

O que posso afirmar é que, atualmente, Eleni Bandettini (que deve ter entre 50 e 55 anos) é artista plástica, empresária do ramo de decoração de interiores e vive em São Paulo capital. É conhecida por um apelido carinhoso e o sobrenome do segundo marido (não imagino que tenha trocado de nome realmente, mas também não duvido). Ela tem um filho de seu primeiro casamento, que criou praticamente sozinha, e uma neta. Hoje, o palco que importa é o da igreja que frequenta, onde dá seus testemunhos a outros fiéis. “Aceitei Jesus aos 38 anos”, diz ela em um vídeo voltado as “femininas” da congregação. Nesse mesmo depoimento, cita o envolvimento do filho com as drogas e a dificuldade para lidar com a situação. Fala que viveu uma "vida de pecado" e compreende os percalços que passou. Porém, de Letícia nenhuma lembrança que valha a pena ser compartilhada com os demais. Letícia ficou no passado.

Letícia só naquele filme. Naquele filme que ficará para sempre.

Foto de janeiro de 2016


21 comentários:

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  3. Acho ruim a atitude dela, pois nada de mal há no sexo. E filmes pornôs são apenas uma forma de nos estimular. Penso que ela seria até mais feliz se aceitasse o que já fez e tudo bem, ninguém iria condena-la. Felicidades Eleni!!!

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  4. Ela é simplesmente linda. Casava na hora.

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  5. Meu tio fez o padre nesse filme o Jaison Cardozo faleceu em 2015

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  6. Eu tambem sou muito fa dela e gostaria de ve la novanente

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  7. Sempre assim, sempre a mesma coisa... a "atrizinha inexperiente..." coitadinha, menininha de subúrbio que precisa colocar dinheiro em casa pra sustento da família, faz inocentemente um filme que rola SEXO do início ao fim, faz cena de sexo dentro do filme e fora dela...e depois... adivinhem... vira crente. Quem já não viu isto ? A sequência da triste história é a mesma: casa com um bobão qualquer que quer na verdade fazer sexo e mais sexo com ela, etc, etc... etc... ela engorda, fica velha, feia e depois vira o quê ? tãn... tãn... tãn.. tãn... quem sabe ? quem sabe ?...

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  8. Eu queria saber quem a baixinha lindinha de cabelo bem liso, que janta na casa da Letícia. OH mulher bem gata!!!

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  9. Luigi o nome dessa atriz é clenia barbhara e hj o trabalho e medicapediatra

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  10. Se eu estiver certo o nome dela é Elizabeth Bacelar.

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  11. Por que a canção Leticia,que Zé Rodrix canta na cena de sexo, não é achada em lugar nenhum?

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  12. O fotógrafo e o cara que faz o padre são dois gostosos! Eles são dotados!

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  13. De fato uma boa história. Isso me faz lembrar uma ex dançarina que era a força do Tv Diário de Fortaleza...depois que ela saiu,casou com uma cara bem sucedido,como sempre,até que em 2014 achei a danada no FB,mas negou que era ela,até que ganhei a confiança denunciado fotos de modelo dela que vazou em videoclips no youtube....depois disso agradeceu,bateu um papo curto,durou dois dias e sumiu.Certamente seu marido abafa o assunto e ela tem vergonha do passado...pois é,o ciclo se repete...a mocinha é sex simbol e depois de alguns anos quer se esconder....

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  14. Esse filme gostei ..mais na quela época era assim mesmo quem quisesse crecer na vida ..era pra pousar na ou fazer filmes de sexo ..muitas atores e atrizes Xuxa .Juliana paes .e muitas atrizes da Globo fizero filmes oorno antis da fama

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  15. Ela era muito gata , se eu fosse não tiraria nada do foi feito ,pra mostrar pra essas muquiranas de hoje o que uma mulher de verdade .

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