terça-feira, 29 de julho de 2014

Fazendo uma Faxina ao Som de Eric Clapton


Coloquei alguns discos do Eric Clapton pra tocar e fui editar e reler alguns contos antigos para um futuro livro. Foi uma tarefa dura. Muito material. Mas, o que realmente me entristeceu, muito material ruim. Na primeira linha, já desapegava ou tinha vergonha de mim mesmo. Não rolava sequer uma leitura completa, crítica. Partia para o próximo. E assim ia.

É foda olhar para trás e se arrepender. Tem coisas que simplesmente não dizem mais nada. A conclusão é que só serviram de um grande esforço. Num olhar otimista, serviram de aquecimento para algo melhor. Mas isso é uma piada. As coisas não funcionam assim. O certo é que foi em vão. Um amontoado de pó digital e papel. Desperdício de tempo perdido que não serviu pra nada. Energia jogada fora e canalizada direto pro lixo. Quanta coisa deixei de fazer para escrever...

O que se passava? Que força estupida me levou aquilo? Deduzi que foi culpa da pressa e do medo. Eu tinha que expulsar os demônios. Botá-los pra dançar. Domá-los antes que eles tomassem conta da cidade. Enfim, pressa e medo, os mesmo culpados de sempre. A desculpa de todo o autor. Talvez, os mesmos motivos que fizeram Clapton compor alguns sons ruins, pensei. E esse acabou sendo meu consolo. As músicas ruins do Clapton. Tocou algumas durante minha faxina. Bem poucas, é verdade.

Me apeguei a elas. Senão, seria complicado seguir em frente.
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Citar uma ruim seria maldade, então vai uma das boas do homem...